Vou me despindo do velho
com todos os seus trapos e farrapos
em tantas camadas cinzentas e empoeiradas
vou abrindo leveza em cada passo, e enraizando
a planta dos pés junto a fonte.
Mas a cada despir, um novo tecido roto ressurge, corroendo minha
respiração, sangrando minha garganta, molhando meus olhos.
O Jó que antecede a queda ciranda de mãos dadas com o Pedro
caco de barro, com o Saulo antes da Luz. Brincam de esconder na minha bondade velada.
E cantarolam em uníssono a canção da obstinação, Jacó rege o coro
e eu morro.
Tomarei o cálice da salvação, subirei o monte caveira, e ainda que não derradeira
seguirei meu Mestre.
Sandra Freitas
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